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Artigo/Opinião: – Escola do Consenso é paradigma para a Justiça! – por Fernando Ribeiro (*)

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Escola de Consenso é paradigma para a Justiça

  • Ao longo de sua trajetória, a advocacia tem se dividido entre o enfrentamento litigioso e a pacificação. Embora o litígio desempenhe um papel fundamental na defesa de direitos, ele nem sempre é o caminho mais eficaz para promover a justiça em sua dimensão mais ampla

O lançamento da Escola do Consenso da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP, do qual participei, no último dia 6 de dezembro como presidente da OAB-PE, é um projeto que merece destaque por representar, além da criação de um espaço formativo, a inauguração de um paradigma que busca redefinir a maneira como a advocacia, o poder judiciário, o ministério público, os estudantes de direito e profissionais de outras áreas enxergam e lidam com os conflitos. Em um mundo muitas vezes marcado por disputas constantes, onde a judicialização das relações se tornou uma regra quase inquestionável, o projeto propõe uma ruptura de cenário ao valorizar o diálogo, a empatia e a busca por soluções colaborativas, devolvendo o protagonismo às pessoas envolvidas nos conflitos.

Ao longo de sua trajetória, a advocacia tem se dividido entre o enfrentamento litigioso e a pacificação. Embora o litígio desempenhe um papel fundamental na defesa de direitos, ele nem sempre é o caminho mais eficaz para promover a justiça em sua dimensão mais ampla. Muitas vezes, o verdadeiro desafio não está na vitória de uma das partes, mas na construção de soluções que restabeleçam vínculos e evitem novos atritos. A Escola do Consenso surge exatamente nesse contexto, como uma ferramenta que transforma o conflito em oportunidade de reconciliação e aprendizado.

O projeto foi proposto e coordenado pela advogada e professora Karina Vasconcelos e é fruto de uma visão ousada. Com apoio efetivo do Magnífico Reitor da UNICAP Pe. Pedro Rubens, a Escola do Consenso não se limita a oferecer cursos teóricos ou palestras. Suas trilhas formativas e oficinas práticas foram planejadas para integrar teoria e prática de forma interativa. Mais do que isso, a Escola é um espaço onde a mediação e a justiça restaurativa ganham protagonismo, oferecendo um aprendizado que ultrapassa os limites do direito para alcançar outras áreas do conhecimento humano.

A OAB-PE tem a honra de apoiar esta iniciativa, pois acreditamos que o papel da advocacia vai muito além da defesa de interesses em tribunais. Advogados e advogadas devem ser, antes de tudo, promotores da paz e da justiça social. O consenso, enquanto método, nos ensina que a verdadeira solução não é apenas o acordo entre partes, mas a restauração de dignidades, a promoção da reconciliação e a construção de um futuro harmônico. Em tempos tantas vezes marcados pela polarização e intolerância, é fundamental resgatarmos a ideia de que o diálogo e a colaboração são caminhos possíveis para transformar a nossa sociedade.

A importância da Escola do Consenso também se reflete em sua capacidade de atender às demandas de um mercado jurídico em constante transformação. Cada vez mais, o mercado busca profissionais capazes de mediar conflitos, construir soluções criativas, atuar como facilitadores de acordos. E, claro, a sociedade como um todo precisa de pessoas preparadas para lidar com as complexidades das relações humanas, promovendo o respeito, a empatia e a cooperação.

Aos estudantes e profissionais que passarão por essa formação, faço um convite: enxerguem na Escola do Consenso não apenas uma oportunidade de aprendizado técnico, mas uma chance de se tornarem agentes de transformação. O sistema jurídico brasileiro está ávido por inovação e por uma nova abordagem que priorize a humanização das relações. Vocês têm em mãos as ferramentas para liderar essa mudança, para serem protagonistas de uma advocacia que acolhe e constrói pontes.

A advocacia pode e deve se alinhar aos valores fundamentais da justiça e da cidadania. E este projeto é uma prova de que inovação e tradição podem caminhar lado a lado, reforçando o compromisso ético e social que sempre guiou nossa profissão. A OAB-PE seguirá apoiando iniciativas como essa, que têm o potencial de impactar não apenas a advocacia, mas toda a sociedade.

A justiça não é apenas o desfecho de um litígio, mas o início de uma nova compreensão. É a possibilidade de enxergarmos além do conflito e de criarmos perspectivas para as relações. Seguimos firmes no compromisso de fortalecer a advocacia pernambucana e de promover uma cultura de paz que inspire o futuro de nossa sociedade.

(*) Autor: Fernando J Ribeiro Lins  –  Advogado e presidente da OAB-PE


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