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Artigo/Opinião: PODEM GASTAR – Lula avisa aos ministros que deseja notícias boas… Resta saber se o caixa vai aguentar. (*)

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PODEM GASTAR – Lula avisa aos ministros que deseja notícias boas e que pretende inaugurar obras pelo Brasil

–  Nunca um presidente do Brasil abriu uma reunião dizendo que é para gastar. Mas Lula o fez na última sexta-feira avisando que é só chamar que ele vai a todas as inaugurações que lhe permitirem descerrar uma placa.

O presidente Lula tem uma enorme dificuldade de percepção sobre o verdadeiro tamanho do comprometimento já na elaboração do Orçamento Geral da União. O presidente foi forjado num tempo em que a Casa da Moeda podia imprimir dinheiro sem o devido lastro, o que mudou completamente depois do advento do Real com o controle da inflação e informes de classe mundial escritos pelo Banco Central.

Ele ainda foi beneficiado com a entrega de um país com as contas públicas ajustadas e economia ascendente no cenário global que lhe permitiram quitar a dívida com organismos internacionais antecipadamente e chegar no Investments Grade. E entregou o país a Dilma Rousseff num clima de pleno emprego. Essa foi a imagem que fixou de seu governo.

E essa percepção ainda lhe comanda as ações políticas. Daí a volta dos programas sociais como os mesmos nomes e não raro antigos gestores. Isso explica em parte porque mandou, nesta sexta-feira, que os ministérios não deixem dinheiro que já tenha previsão de investimento represado nas pastas.

O conceito de economia, racionalidade de gastos no setor público, restrição de gastos em função de uma melhor gestão passam longe de suas preocupações. O presidente não se interessa pela coluna das receitas. Ele só lê as despesas. Uma pesquisa da campanha de 2022 até esta sexta-feira permite observar que o presidente jamais falou de restrição de gastos de qualquer natureza. Desse assunto ele sequer quer ouvir falar.

Daí porque quando ele reúne os ministros como fez nesta sexta-feira a diretiva tenha sido “a gente não pode deixar sobrar dinheiro que está previsto ser investido nos ministérios. A gente precisa colocar, transformar”. E em seguida arrematar: para quem está na Fazenda, dinheiro bom é dinheiro no tesouro. Para quem está na presidência, dinheiro bom é dinheiro transformado em obras.

É difícil imaginar o que deve ter passado pela cabeça do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, separado dele pelo vice-presidente Geraldo Alkimin numa mesa em que o ministro Rui Costa (Coordenador do Novo PAC) está ao lado do presidente.

O presidente não respeita e o nível de interlocução (a despeito de sua performance na pasta) é de fazer isso, faça aquilo desse jeito, eu quero assim. Foi sempre assim quando da prisão disse: você vai disputar a presidência em 2018.

Mas se é difícil imaginar o sentimento de Fernando Haddad é possível ver a alegria de ministros como Renan Filho, dos Transportes, Alexandre Silveira, das Minas e Energia e Jader Filho e Jader Filho das Cidades para não falar de Silvio Costa (Porto e Aeroporto) e Celso Sabino (Turismo). O ministro da Fazenda ali era o chato que trava o desenvolvimento.

Nunca um presidente do Brasil abriu uma reunião dizendo que é para gastar. Mas Lula o fez na última sexta-feira avisando que é só chamar que ele vai a todas as inaugurações que lhe permitirem descerrar uma placa. E vai ser assim. Resta saber se o caixa vai aguentar.

(*) Autor & Fonte: Fernando Castilho – Jornalista, editor e titular da Coluna JC Negócios do JC

 


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