Artigo/Opinião: – Um exercício de imaginação sobre os últimos atos de Lula, se ele fosse Bolsonaro (*)
Um exercício de imaginação sobre os últimos atos de Lula, se ele fosse Bolsonaro
Imagine que o presidente fosse Jair Bolsonaro (PL) e ele começasse a brigar para que o presidente
do Banco Central, com mandato e constitucionalmente independente em sua atuação, o obedecesse.
Imagine que o presidente do partido de Bolsonaro começasse a pedir campanha pela demissão do presidente
do BC, tentando jogar o público contra ele e insinuando que a crise na economia, se continuar, será culpa
da taxa de juros e não do presidente.
Imagine que Bolsonaro começasse a falar em regular a mídia, sem explicar direito o que isso significa.
Imagine, agora, que Bolsonaro decidisse tirar a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) de dentro do Gabinete de
Segurança Institucional e resolvesse colocar todo o trabalho de investigação e monitoramento realizado pelo órgão
sob as ordens de seu fiel e obediente ministro da Casa Civil. A pasta da Casa Civil é responsável pela articulação política.
Ninguém é inocente de acreditar que a ABIN já não seria utilizada em qualquer situação, mas receber ordens da pessoa
responsável pelos acordos políticos entre o governo, os partidos e os parlamentares é algo que assume outra dimensão.
Imagine os adjetivos que seriam utilizados para classificar essas situações.
É lógico que toda essa imaginação é vã, porque embora tudo isso coubesse na biografia pastosa de Bolsonaro, ele não
é mais o presidente. Lula (PT) é. Lula está fazendo tudo isso. Mas, a reação pública a algumas medidas que vêm sendo tomadas
pelo atual presidente não chegam nem perto das que existiam na gestão anterior. Virou o ano e, de repente, o “absurdo”
começou a ser chamado de “estratégia”.
O julgamento público baseado em conveniência sempre traz consequência. Sempre.
(*) Autor/Fonte: IGOR MACIEL imaciel@sjcc.com.br – Recife, sexta-feira, 3 de março de 2023Recife, sexta-feira, 3 de março de 2023Recife, sexta-feira, 3 de março de 20234 Jornal do Commercio
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Cena Política
Pinga-Fogo
No Brasil tudo pode ser considerado normal, dependendo do lado que venha.
Quem fez o “L contra o fascismo e em favor da democracia” agora está engolindo esse ouriço arrepiado sem coragem de gemer.
Mergulhando nessa imaginação, as reações esperadas, tanto da mídia como de outros poderes, seriam bombásticas.
Porém, trazendo à realidade, como bem fez Igor, há um erro sendo cometido atrás do outro, recheados de interesses conflitantes. Decisões personalísticas do Lula que geram retrocessos ao país.
Devo ressaltar o quanto foi importante a blindagem do Banco Central, dando-lhe independência para não se subordinar aos interesses do governo de plantão. Aí, volto ao campo da imaginação e vejo que estaríamos numa espiral de inflação crescente, insegurança jurídica etc… Ufa! Ainda bem que, neste caso, por enquanto é só imaginação!