
Destaque: – 50 canções que fizeram de Roberto Carlos, o verdadeiro ídolo da música brasileira (*)
50 canções que fizeram de Roberto Carlos, o verdadeiro ídolo da música brasileira
– Já escrevi dezenas de textos sobre Roberto Carlos. No jornal O Monitor, no Correio Sete Colina, no blog e até mesmo no Instagram, que só permite pequenas notas. (R.A.)
A verdade é que o cantor e compositor rende muito material jornalístico. O historiador, professor universitário e escritor Paulo César Araújo já lançou três livros com informações a respeito do artista de Cachoeiro do Itapemirim.
Uso muitas informações do Paulo César em alguns dos meus artigos ou reportagens.
Roberto Carlos compôs e gravou (só ou com o parceiro Erasmo) músicas nas décadas de 60, 70, 80 e 90. E continuou nas primeiras duas décadas do século XXI.
A informação que se tem é que desde o início da carreira até os dias atuais ele já compôs 700 músicas, a maioria tendo Erasmo como parceiro. Algumas ele fez sozinho, como Bicho Solto, lançada o ano passado, quando o seu amigo de fé já tinha morrido.
Vamos listar 50 canções representativas da carreira de Roberto, que fizeram dele campeão de venda de discos, imbatível na produção de hits, rei, se levarmos a sério o título que lhe foi dado pelo apresentador de televisão Abelardo Barbosa, o popularíssimo – Chacrinha.
1. Quero Que Vá Tudo Pra o Inferno – Essa música, de 1965, tornou Roberto conhecido nacionalmente, fazendo também com que sua voz chegasse à Argentina, Venezuela, Uruguai, Paraguai, Cuba e outros países da América Latina.
2. Não Quero Ver Você Tão Triste – Foi gravada um ano antes de “Quero Que Vá Tudo Pra o Inferno” e representou uma novidade na música popular. Roberto não canta, apenas conversa, dialoga, declama. O estudioso Paulo César avalia que essa é “a primeira canção do Roberto”.
3. Parei na Contramão – Antes de estourar nacionalmente em 65, Roberto Carlos conquistou público em São Paulo e no Rio de Janeiro com esse rock, feito em parceria com Erasmo.
4. É Proibido Fumar – Deu sequência ao sucesso relativo de “Parei na Contramão”, contribuindo para que o cantor aos poucos conquistasse o público jovem.
5. O Calhambeque – Embora seja uma versão, com ideia de Roberto e criação da letra por Erasmo, tem grande importância na carreira do artista, pois foi muito bem recebida pelo público.
6. Namoradinha de Um Amigo Meu – Com essa música, de 1966, o artista deu continuidade ao prestígio popular conquistado com “Quero Que Vá Tudo Pra o Inferno”.
7. Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim – Outro sucesso retumbante. A composição é de Rossini Pinto, mas com essa música Roberto ganhou público até na Itália, com a versão feita para aquele país.
8. Nossa Canção – A música de Luiz Ayrão foi uma das mais tocadas na década de 60, na voz de Roberto, sendo incluída também no álbum de 98 (versão ao vivo) e regravada com sucesso por Vanessa da Mata.
9. Eu Te Darei o Céu – Setores da igreja se irritaram muito com “Quero Que Vá Tudo Pra o Inferno”. Aí, no ano seguinte, Roberto e Erasmo fizeram um afago aos católicos com uma bonita canção destacando a palavra céu.
10. Quando – Do disco de 1967, que serviu como trilha sonora do primeiro filme do “rei”, é um rock dos bons, que recebeu diversas regravações de artistas do universo do pop e rock nacional.
11. Eu Sou Terrível – Outro rock pesado de Roberto, do mesmo ano de “Quando”. Reaproximou o cantor de Erasmo, com quem esteve brigado por dois anos.
12. Jesus Cristo – O ano de 1970 marca uma transição no trabalho do cantor. Ele teve a ideia num hotel, no interior do Paraná e fez com Erasmo a primeira música com temática religiosa da carreira. Jesus Cristo, a canção, tem influência da música gospel americana.
13. Como Vai Você – Embora a composição seja de Antônio Marcos, que também gravou a música, esta canção fez muito sucesso com Roberto e ficou associada a sua voz.
14. As Flores do Jardim de Nossa Casa – Música triste e lindíssima, de 1969. Roberto a fez para o primeiro filho, Segundinho, que nasceu com grave problema de visão.
15. Detalhes – Em 1971 veio o grande sucesso romântico do rei, música que o próprio artista considera sua obra prima. Feita em parceria com Erasmo Carlos.
16. Proposta – No ano de 73 Roberto e seu parceiro fizeram a primeira canção com o sexo em primeiro plano. Agradou em cheio e foi regravada por artistas do porte de Simone.
17. O Progresso – Embora a dupla sempre tenha evitado temas políticos, em 76 abordou a questão da ecologia, condenando as ações do homem que prejudicam a natureza.
18. Ilegal, Imoral ou Engorda – Já se consolidando como romântico, no álbum de 1976 gravou esse rock, dando um “chega pra lá” nos que cobram demais por questões morais ou estéticas.
19. Outra Vez – Composição de Isolda, que a princípio nem pensou que a música seria gravada, por ter letra “quilométrica”. Terminou sendo a canção mais pedida nos shows, depois de “Detalhes”.
20. Lady Laura – Os beatles Paul McCartney e John Lennon fizeram músicas dedicadas às mães. No Brasil, só artistas chamados de cafonas, como Agnaldo Timóteo e Teixeirinha tinham tido essa ousadia. Em 1978 Roberto homenageou dona Laura, que o criou trabalhando como costureira. Foi criticado, mas a música fez muito sucesso e até hoje é ouvida
21. Meu Querido, Meu Velho Meu Amigo – No ano seguinte Roberto homenageou o pai, o relojoeiro Robertino Braga. Canção bonita, que fez com que milhões de brasileiros cantassem lembrando o próprio pai.
22. O Divã – Canção autobiográfica de 1972. Ele lembra a infância, a cidade natal, Cachoeiro do Itapemirim e o acidente no qual teve uma perna esmagada por um trem.
23. Agora Eu Sei – No mesmo álbum de 72 entrou essa balada, bem interpretada e com arranjo que chama a atenção, principalmente o acompanhamento do órgão.
24. A Distância – Uma das músicas românticas mais bonitas gravadas por Roberto no início da década de 70. Foi regravada, em interpretação belíssima, por Ney Matogrosso.
25. O Portão – Alguns acreditam que essa música, a mais significativa do álbum de 1974, foi inspirada no parábola bíblica “a volta do filho pródigo”.
26. Cavalgada – Embora nunca tenha gravado uma música de Chico Buarque, Roberto se inspirou na música “Sem Açúcar”, do consagrado compositor brasileiro, para compor, com Erasmo, essa bela canção que narra com muita poesia o encontro de dois corpos no ato de amor.
27. Canzone Per Te – Em 1968 Roberto Carlos aumentou seu prestígio internacional, ao vencer o famoso Festival de San Remo, realizado anualmente na cidade italiana. Composição de Sergio Endrigo.
28. As Baleias – Em 81 Roberto e Erasmo presentearam os fãs com essa balada romântica em defesa dos mamíferos. Há dados de que a canção ajudou a diminuir a matança das baleias.
29. Seres Humanos – Roberto, crítico do progresso e mais preocupado com os animais do que com os homens, no ano de 2002 surpreendeu, elogiando a ciência e elencando criações importantes da humanidade.
30. Meu Pequeno Cachoeiro – Composição de Raul Sampaio, natural de Cachoeiro de Itapemirim, como Roberto. Cantor demorou a gravar a música, mas quando o fez, no início da década 70, interpretou-a com muita competência, mesmo com dificuldades, pois chorava toda vez que começava a gravar.
31. Como é Grande o Meu Amor Por Você – Roberto compôs essa música só, sem o parceiro Erasmo. Dedicada a sua primeira mulher, Nice Rossi, que já não está mais entre nós.
32. Força Estranha – Composição de Caetano Veloso incluída no álbum de 1978. Foi gravada também pelo autor e por Gal Costa. Roberto a interpreta muito bem.
33. Como Dois e Dois – Foi a primeira composição de Caetano gravada por Roberto. Entrou no disco de 1971. A letra reflete o que estava acontecendo no país, à época da ditadura militar e o artista já revelou que tinha consciência do sentido da canção.
34. Amigo – Roberto fez a letra dessa música para homenagear seu parceiro de tantos anos, levando-o às lágrimas, quando foi apresentado o texto. Erasmo contribuiu com o refrão e a melodia.
35. Amada Amante – No início da década de 70, quando havia muito preconceito com “a outra”, Roberto celebrou a figura da amante, nessa bonita canção.
35. Esse Cara Sou Eu – Roberto estava sem estourar nas paradas, como nas décadas passadas, quando lançou, em 2012, essa música bem ao gosto popular. Foi tema de novela e de tanto que tocou nos rádios e outros meios irritou ouvidos mais apurados.
36. Nossa Senhora – Bela canção religiosa tendo como inspiração a mãe de Jesus. Mesmo quem não é católico ou mesmo um ateu há de reconhecer a competência com que foram construídos os versos, emoldurados em bonita melodia.
37. Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos – Antes de gravar composições de Caetano, em 71 Roberto homenageou o baiano, que no início dos anos 70 se exilou, por conta da ditadura militar. A música teve a parceria de Erasmo.
38. Caminhoneiro – Um dos êxitos de Roberto Carlos na década de 80. Quando criança, em Cachoeiro de Itapemirim, o artista admirava os motoristas de caminhão, que passavam pela cidade. A inspiração parte daí, da infância.
39. Mulher de 40 – Boa produção do ano de 1996. Até o final do século passado, a mulher era chamada comumente de velha, ao passar dos 40. Roberto elevou a autoestima das quarentonas com esta canção, que foi bem recebida pelo público.
40. O Homem Bom – O álbum de 1996 trouxe também essa música, que não é das mais conhecidas de sua discografia. É uma canção bonita, inspirada no papa João Paulo II e cujos versos podem também descrever Francisco, que morreu recentemente.
41. Você Não Sabe – Do disco de 1983. Embora não esteja entre os principais sucessos, é uma bela canção de amor que associa bem a letra inspirada com a melodia. Hebe Camargo a escolheu para cantar no especial “Elas Cantam Roberto”, em 2009.
42. Você Vai Ser Meu Escândalo – Roberto nunca gravou essa canção inspirada, que fala de um amor proibido. Wanderléa gravou uma versão morna, em 1967 e arrasou na interpretação, no especial das mulheres, em 2009.
43. Rotina – Do bom disco de 1973 faz o estilo “cineminha” de Roberto Carlos, que cria imagens na cabeça do ouvinte, quando o homem sai de casa para trabalhar, pensando na mulher, até voltar pra seus braços, no final do dia, cheio de paixão.
44. A Cigana – Abre o álbum de 73, com um arranjo de violino belíssimo. Canção suave, que evoca o amor de um homem por uma cigana que aparece na sua vida e some sem deixar rastros,
45. Chegaste – De autoria de Kany Garcia, compositora de Porto Rico. Roberto a gravou em 2016, num dueto com a atriz Jennifer Lopes e a música agradou no Brasil e em todo mercado latino.
46. Regresso – Dos compositores Carlos Lopez, Ricardo Lopes e Julio Reys Copello, latino-americanos, esta linda balada romântica chegou às plataformas digitais em 2018, levando a voz do rei, mais uma vez para todos os países de língua espanhola.
47. Sua Estupidez – Uma canção diferenciada na discografia de Roberto, incluída no disco de 1969. Teria sido inspirada em Nice Rossi, primeira esposa do artista, que era “doente de ciúme”. Foi regravada por Gal Costa e interpretada por Alcione no especial das mulheres, em 2009.
48. É Preciso Saber Viver – Essa música, de Roberto e Erasmo, foi gravada primeiro pela dupla Os Vips, em 1968 e não fez tanto sucesso assim. O autor a gravou no álbum de 1974 e a canção virou um dos hits de sua carreira.
49. Negro Gato – De Getúlio Côrtes, compositor negro gravado mais de uma vez por Roberto, no início da carreira. O autor fazia o estilo revista em quadrinhos e “Negro Gato” é considerada sua melhor música, tendo sido gravada também por Luiz Melodia e Marisa Monte.
50. Jovens Tardes de Domingo – Em 1977 Roberto Carlos e Erasmo Carlos relembraram a Jovem Guarda, movimento musical que consagrou os dois e outros artistas, como Ronnie Von, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Wanderléa, Martinha, Renato e Seus Blue Caps e tantos outros. Agnaldo Timóteo e Gal Costa regravaram essa balada saudosista.
(*) Autor/Fonte: – Roberto Almeida – Editor do Blogspot – Roberto Almeida em Garanhuns