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40 anos da Fundação Terra

  • projetos, reconhecidos e certificados pelos órgãos públicos, municipais, estadual e federal, a Fundação Terra se tornou referência e expandiu seus serviços sociais para o Estado do Ceará, onde atende nas cercanias da comunidade pobre de Maracanaú.

Era uma vez um lixão, como tantos que pululam as periferias das cidades brasileiras. Cenário das mais perversas cenas da degradação humana, com adultos e crianças catando lixo e quebrando pedras para a construção civil local, onde os resíduos sólidos e tudo de descartável da sociedade, sem qualquer tratamento, serviam de insumo para famílias humanas, para os porcos, os insetos e roedores.

Certamente por inspiração missionária cristã, foi justamente neste local, nos arredores de Arcoverde, na porta do Sertão pernambucano, que foi lançada a imaginária pedra fundamental da Fundação Terra, constituída de singela casa de taipa, erigida sobre os fortes alicerces do amor e da fé.

E a fé tem dessas coisas. Ela inspira, replica, transborda e transforma aquilo sonhado por um, numa grande onda de caridade embalada por milhares de pessoas e dezenas de empresas.

Pude testemunhar de perto nestas últimas décadas a força transformadora desse projeto, que resgatou milhares de pessoas da mais profunda miséria, propiciando abrigo, alimento, educação, saúde e cidadania a tantos excluídos e marginalizados. A antiga casa de taipa se manteve como relíquia, enquanto sólidas e dignas construções passaram a ocupar aquele espaço urbano, até então invisível à sociedade pernambucana.

Alfabetização, formação técnica, amparo a idosos, terapia para dependentes químicos, reabilitação de deficiências visuais, auditivas, motoras e intelectuais, através de seus diversos projetos, reconhecidos e certificados pelos órgãos públicos, municipais, estadual e federal, a Fundação Terra se tornou referência e expandiu seus serviços sociais para o Estado do Ceará, onde atende nas cercanias da comunidade pobre de Maracanaú. Os números superlativos desses serviços assistenciais impressionam. São mais de 120 mil procedimentos de reabilitação a cada ano, 12 mil crianças recebendo educação de qualidade e 300 mil atendimentos sociais a pessoas em situação de risco ou de extrema pobreza.

Aquelas 200 famílias que habitavam a Rua do Lixo, há 40 anos, puderam experimentar o amor de quem doa e encontrar um caminho sólido para o desenvolvimento humano pleno e digno. Hoje são mais de 3 mil famílias atendidas pela Fundação. Mas se isso nasceu do sonho e sacerdócio de um só homem, só se tornou real e ganhou tais proporções em função da adesão voluntária de muitos pernambucanos, cearenses, brasileiros e até estrangeiros, que fazem suas doações mensais para o funcionamento dessa grande engrenagem filantrópica. Os homens vêm e vão, nascem e perecem, mas suas obras ficam.

Nós, doadores, ao celebrarmos estas quatro décadas, devemos refletir com humildade sobre nossa menor ou maior parcela de êxito nessas ações humanitárias, mas também e sobretudo pela nossa responsabilidade e continuidade dessa belíssima obra.

Longa vida à Fundação Terra, para que possa continuar por séculos a cumprir o seu lema: “Na Terra para Servir”.

(*) Autor e Fonte: Pedro Henrique Reynaldo Alves Advogado, procurador do Estado e ex-presidente da OAB/PE O texto foi publicado, originalmente, no JC


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