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Agropecuária – Produtores do agreste reclamam da falta de assistência

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Falta assistência para os produtores de leite de Águas Belas

Nem assistência técnica o Governo dá aos criadores”, desabafa o prefeito de Águas Belas, Luiz Aroldo (PT)

Maior bacia leiteira de Pernambuco, o Agreste Meridional sobrevive pela persistência e espírito de luta dos seus criadores. Se fosse depender da boa vontade do Governo do Estado em estimular a produção, lançando mão de programas de apoio e subsídios, muitos já teriam dado adeus à atividade leiteira, deixando de gerar renda e emprego no campo.

“Nem assistência técnica o Governo dá aos criadores”, desabafa o prefeito de Águas Belas, Luiz Aroldo (PT). Segundo ele, Águas Belas se mantém hoje na condição de segunda maior participação na produção de leite entre os municípios da chamada Bacia Leiteira do Estado pela sua vocação, tradição e apoio da Prefeitura. “Aqui, até o IPA, grande aliado da cadeia produtiva do leite, fechou o seu escritório, encerrando as atividades de assistência técnica aos criadores“, afirmou.

O Governo se omite em tudo. Na questão da assistência técnica, há uma grande carência de veterinários, zootecnistas, agrônomos e técnicos agrícolas. “Os produtores precisam também de assistência social. Há muita gente que trabalha com depressão e isso se observa quando as dificuldades crescem, dificultando a produção do leite”, acrescenta o prefeito, que já foi um dos maiores criadores e produtores de leite do município, obrigado a suspender a atividade para se dedicar aos afazeres impostos pela vida pública como gestor municipal.

Mesmo diante de tamanhos entraves por falta de sensibilidade do Governo, Águas Belas dá exemplo da sua vitalidade no campo. A família Malta, liderada pelo pecuarista Ronaldo Malta e seu filho Ruan, se destaca na região como responsáveis pela manutenção do melhor plantel de gado holandês leiteiro do Estado. Através da técnica de manejo envolvendo inseminação artificial na Fazenda Belo, a 6 km do centro da cidade, saem hoje para o mercado nordestino as melhores espécies de gado holandês no que tange à genética. Isso está a olhos vistos numa simples visita ao rebanho. Da vaca leiteira ao bezerrinho, o atestado genético é top de linha.

“Já estamos no mercado há 30 anos mantendo o padrão do rebanho. Nossa média na lactação é entre 20 a 30 litros, mas tem vaca aqui que já deu até 72 litros por dia”, diz Ruan, que cuida da criação no seu dia a dia e ainda se dedica a uma média empresa de produção de queijo de qualho e iogurtes instalada na mesma área da fazenda, com 50 hectares. Seu plantel hoje é de 120 vacas holandesas em lactação. 

A família dá um forte suporte a Águas Belas para o município se manter na vice liderança em produção na Bacia Leiteira do Estado. Abaixo apenas de Itaiba, a campeã estadual, Águas Belas 40 mil cabeças de gado, dos quais 17 mil vacas, que produzem 250 mil litros de leite por dia“Se houvesse mais investimento do Estado, mais assistência técnica e uma ração subsidiada, com certeza a produção de leite em nossa região estaria hoje em outro patamar”, diz o prefeito Luiz Aroldo.

IOGURTES E FÁBRICA 

Do laticínio da Fazenda Belo, além do queijo de boa qualidade, o que está de vento em popa é a produção do melhor, mais natural e gostoso iogurte do Estado. Com vários sabores, com destaque para o morango, o produto pode ser adquirido em qualquer loja do ramo na região. Na visita ontem à fazenda degustei o produto e sai impressionado com o seu padrão de qualidade.

À propósito, o Governo de Pernambuco, através do ProRural, felizmente reagiu e vai beneficiar os produtores familiares do Agreste Meridional e estimular ao mesmo tempo a cadeia produtiva da bovinocultura do leite nos municípios da região. Com um investimento de aproximadamente R$ 5 milhões, o projeto vai possibilitar o funcionamento de uma fábrica de laticínios que permitirá aos agricultores familiares o alcance de novos mercados para comercialização do leite e derivados. 

A obra contempla a construção de reservatório de água e adutora, casa de caldeira e subestação de energia, entre outros investimentos necessários para o funcionamento da Fábrica de Laticínio de Águas Belas, onde será processada a produção de leite que hoje é vendida in natura. O projeto, pleiteado pela Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares do Vale do Ipanema, beneficiará diretamente cerca de 150 produtores locais com o aumento da renda e melhor qualidade de vida para os criadores da região.

Segundo o diretor geral do ProRural, Fábio Fiorenzano, o Agreste Meridional, especialmente os municípios de Garanhuns, Águas Belas, Bom Conselho, Saloá, Itaíba, Iati, Caetés, Capoeiras, Arcoverde e Buique, concentram a maior produção de leite e derivados do Estado de Pernambuco, já ultrapassando 2,6 milhões de litros por dia. “A região tem grande potencial para a bovinocultura de leite, no entanto vender só o leite não é lucrativo. O que vamos fazer é possibilitar que seja agregado valor ao produto, de forma que a atividade gere mais lucro para o agricultor e, consequentemente, mais emprego, renda e qualidade de vida”, diz.

A fábrica em funcionamento na sua capacidade máxima prevê o processamento de até 7.1 mil litros/dia de leite pasteurizado, 3 mil litros/dia de bebida láctea e 2.4 mil litros/dia de iogurte, uma expectativa de faturamento superior a R$ 11,8 milhões/ano. “Com a industrialização e certificação os agricultores terão também condições de alcançar novos mercados privados e institucionais como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, completa Fiorenzano.

Fonte/Autor: Blog do Magno – Jornalista Magno Martins em visita in-loco.


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