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Artigo/Opinião: O maior patrimônio que Marco Maciel deixou para a família foi o seu “estilo”

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O maior patrimônio que Marco Maciel deixou para a família foi o seu “estilo”

Presidente Fernando Henrique Cardoso junto da primeira-dama Ruth Cardoso (esq.) e o vice-presidente Marco Maciel e sua esposa Anna Maria Maciel.

No livro que está para ser lançado esta semana sobre Marco Maciel, destaque para um outro personagem: Marco Antônio. Era assim que a viúva do ex-governador, ex-vice-presidente e senador se referia ao marido. Não existiria o Marco Maciel que conhecemos sem dona Anna Maria Maciel. E a obra do jornalista Magno Martins, a ser publicada pela editora CRV e apresentada ao público na próxima quinta-feira (24), na Academia Brasileira de Letras, é bem sucedida ao mostrar isso.

Atestado

O livro não é uma biografia, é bom que se diga. É mais um atestado coletivo, uma reunião de impressões e de convicções sobre o jeito Marco Maciel de ser, de agir e proceder em cada situação. É um testemunho daqueles que desfrutaram do convívio com a personalidade pernambucana mais importante da política nas cinco décadas que se encerraram em 2010.

Marco Maciel Fardão ABL Academia Brasileira de Letras

Importante

E quando falamos, não do homem público em si, mas da estrutura intelectual, moral e comportamental que baseiam as ações desse homem, sua companheira, Anna Maria Maciel, assume o papel principal. Não é por acaso que no livro, “O Estilo Marco Maciel”, Magno utiliza depoimentos variados da fiel companheira do senador em inúmeros capítulos e isso mostra a importância dela em momentos históricos do país.

O futuro do país

Dona Anna testemunhou momentos da redemocratização de uma posição privilegiada. Em todo o tempo, faz questão de lembrar que não participava das conversas, mandava servir um café aos presentes e ia para o quarto. Esses presentes à sala da família Maciel não eram visitantes ordinários da política brasileira. Estamos falando de Tancredo Neves, José Sarney, Pedro Simon, entre outros. Estavam planejando o futuro de um país.

Mente privilegiada

A esposa de Marco Antônio, como ela o chama sempre, não estava alheia, sem entender o que se passava. É difícil de acreditar nisso. Socióloga, funcionária concursada da Sudene, dona Anna, certamente, entendia com profundidade o que estava em jogo naqueles dias, mas sabia agir com a discrição reservada às grandes mentes, que são muito mais efetivas em resoluções do que os que se jogam aos holofotes com vaidades.

Exemplo

O destino do Brasil se desenrolou sob as vistas de Anna Maria sem que ela tivesse a necessidade de ser protagonista de nada. O que não significa que não tenha influenciado muito nessa estrada, mesmo que nunca admita, em virtude de sua discrição. Depois de ser primeira-dama do estado e segunda-dama do Brasil, ter atuado em várias ações ao longo dos mandatos do marido, sua postura é um exemplo como o senador também sempre foi exemplo.

Patrimônio

A discrição é uma marca da família de Marco Maciel. Muita gente, lendo o livro, vai “descobrir” suas duas filhas e seu filho, todos trabalhando ativamente, alguns concursados, e sem qualquer aproveitamento indevido de herança de influência política. Todos discretos, com declarações sensatas e equilibradas. O livro de Magno, que será lançado na próxima quinta-feira na Academia Brasileira de Letras é uma prova inconteste de que o estilo Marco Maciel foi o que ficou como o maior patrimônio de Marco Maciel. E ele é muito valioso.

Ruy Barbosa

Por falar em grandes mulheres e grandes homens. Da esposa de Ruy Barbosa, diz-se que era uma figura extremamente discreta e nunca se envolvia nas conversas políticas do marido, mas o influenciava quase sem que ele percebesse. Através dos anos foi apaziguadora do gênio difícil do marido, principalmente.

O conselheiro come

E tinha outra característica contada pelo escritor João Ubaldo Ribeiro. A esposa de Ruy Barbosa, dona Maria Augusta, sabia que o marido era muito procurado para conselhos políticos e jurídicos, mas não cobrava por isso, fazia tudo de graça, mesmo quando não estava ocupando nenhum cargo público. Ela, então, aguardava a saída do visitante, abordava-o à porta e dizia despretensiosamente: “o conselheiro come”. E era assim que se sustentava a casa de Ruy Barbosa.

(*) Autor/Fonte: Jornalista Igor Maciel – Publicado na Coluna Cena Política do JC


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