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JUNTOS PELA SEGURANÇA

Mais de 70% dos moradores de Pernambuco não confiam ou confiam parcialmente na polícia

  •  Pesquisa foi realizada pelo governo estadual para identificar a percepção da população em relação à segurança

Pelo menos sete em cada dez moradores de Pernambuco não confiam ou confiam parcialmente nas polícias Civil e Militar. O resultado foi constatado na escuta popular realizada pelo governo estadual para identificar a percepção da população em relação à segurança.

No total, 7.304 pessoas de todos os municípios, além do Arquipélago de Fernando de Noronha, participaram da pesquisa pela internet. Desse total, 16,95% disseram não confiar na Polícia Militar. Outros 57,57% afirmaram confiar parcialmente. E 25,48% responderam que confiam plenamente.

Em relação à Polícia Civil, os dados foram parecidos. Um percentual de 19,18% disse não confiar na corporação. Já 60,67% afirmaram que confiam parcialmente. E 20,15% responderam que confiam plenamente.

A escuta popular ocorreu entre 31 de julho e 15 de setembro deste ano e o resultado dela está publicado no plano estadual do Juntos pela Segurança, lançado na semana passada.

Interessante pontuar que 25,4% dos entrevistados disseram ser profissionais da segurança pública.

Na pesquisa, os cidadãos não foram questionados sobre os motivos pelos quais não confiam totalmente nos policiais civis e militares do Estado. Mas esse diagnóstico precisa seja feito pelo governo estadual para entender quais ações serão necessária para que o cidadão volte a ter mais confiança nas operativas de segurança – algo fundamental no combate à criminalidade.

POSSÍVEIS MOTIVAÇÕES

Há um forte sentimento de parte da população em relação à impunidade em Pernambuco. E é natural que isso ocorra, por causa da taxa muito baixa de resolução dos crimes – principalmente os roubos, que afetam mais a rotina do cidadãos. Números da própria Secretaria de Defesa Social (SDS) mostram que esse índice não chega nem perto dos 10%. As investigações são de responsabilidade pela Polícia Civil.

Em relação à Polícia Militar, responsável pela segurança nas ruas, pesam duas questões. A primeira é que a população reclama da falta de policiamento e, muitas vezes, de não receber a atenção devida quando faz o relato de algum crime.

A segunda questão tem relação com as denúncias de abordagens truculentas, principalmente em áreas de periferia.

Além disso, de acordo com a SDS, 95 pessoas foram mortas durante intervenções policiais no Estado entre janeiro e outubro deste ano. O crescimento foi de 20,25% em relação ao mesmo período de 2022, quando 79 casos foram somados.

Neste ano, segundo a Corregedoria da SDS, 51 policiais militares foram expulsos da corporação por condutas irregulares. Alguns casos incluem homicídios, feminicídios e extorsões. Também foram demitidos, no Estado, 14 policiais civis.

 

É preciso, porém, falar das dificuldades que os policiais civis e militares enfrentam no combate à violência. E a principal delas é a falta de efetivo.

Em julho deste ano, havia 16.343 PMs na ativa no Estado. Mas o ideal era ter, no mínimo, 27 mil. Desta forma, para minimizar o déficit, os profissionais precisam participar de plantões extras nos dias de folga, afetando a saúde física e mental.

No ano passado, a PM somou 1.920 afastamentos por adoecimento mental. A média diária foi de cinco dispensas ou licenças médicas.

O efetivo da Polícia Civil também apresenta déficit histórico. Em julho, havia 5.204 profissionais, quando o número deveria ser bem superior a isso. 

A população, inclusive, reconhece que as dificuldades enfrentadas pelos policiais no exercício das funções. Tanto que, em geral, assinou para a necessidade de mais valorização desses profissionais (como melhoria de salários e de condições de trabalho) e aumento da presença de mais policiais nas ruas.

PROMESSA DE INVESTIMENTOS

O governo do Estado fará, no começo do ano que vem, concursos públicos. Serão oferecidas 2,7 mil vagas, sendo 2,4 mil para soldados e 300 para 2° tenente da Polícia Militar. Já na Polícia Civil, a promessa é de 445 vagas, sendo 250 para agentes, 150 para escrivães e 45 para delegados.

Uma radiografia da gestão atual também identificou que ambas as corporações trabalham em condições precárias. Ao longo dos últimos meses, novas viaturas e coletes balísticos foram entregues.

Para os próximos anos, o governo estadual promete uma série de reformas em delegacias e batalhões, além de novas unidades.

O Juntos pela Segurança prevê a construção de 12 Complexos da Polícia Civil e de 15 delegacias, além da reforma de 26.

Também foi prometido que haverá a reforma do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar; construção da nova sede do Batalhão de Polícia da Radiopatrulha do Recife; criação de dois novos batalhões em Bezerros e Goiana e construção de novas sedes para 7 batalhões.

CORPO DE BOMBEIROS É A OPERATIVA DE MAIOR CONFIANÇA

A escuta popular indicou que o Corpo de Bombeiros Militar é a operativa de segurança pública que inspira mais confiança entre os moradores de Pernambuco.

No total, 49,1% afirmaram que confiam plenamente no Corpo de Bombeiros. Já 44,81% disseram que confiam parcialmente. E só 6% declararam que não confiavam.

O efetivo atual é de cerca de 2,4 mil profissionais. O governo estadual promete novos investimentos, como a construção de novas unidades da operativa em cidades do interior, e concurso público em janeiro.

(*) Fonte: Raphael Guerra – Coluna Segurança do JC

 


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