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Brasil – Relatório da CNT identifica as piores estradas

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Rodovias pernambucanas: 72,2% da malha é ruim (*)

–  Quem dirige pela duplicada BR-232, por exemplo, sabe muito bem: é a maior BR em linha reta com mais quebra-molas e buracos da América Latina

A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) avalia, todos os anos, a infraestrutura rodoviária brasileira – a federal (BR-s) e os principais trechos estaduais, analisando detalhadamente desde a qualidade do pavimento (asfalto) à sinalização. E as condições das vias que cortam Pernambuco são ruins, muitos ruins, segundo a pesquisa divulgada esta semana pela instituição. Quem dirige pela duplicada BR-232, por exemplo, sabe muito bem: é a maior BR em linha reta com mais quebra-molas e buracos da América Latina. Quem tem a ousadia de ir à turística cidade de Triunfo e pega a PE-365 sente vontade de voltar no meio do caminho. 
Bem, em 2021, foram verificados in-loco por servidores da CNT exatos 3.203km de estradas em Pernambuco. No geral, 72,2% da malha rodoviária pavimentada do estado são regulares, ruins ou péssimas. Apenas 27,8% são consideradas ótimas ou boas. Só para comparar: na Paraíba, esse percentual de ruindade, digamos assim, é de 53,5% – ou quase 19 pontos percentuais abaixo de Pernambuco. Em Alagoas, então, nem se fala: 73% da malha do pequebno estado são ótimas ou boas. Pior, só no Maranhão: lá, quase 80% das rodovias, de alguma forma, não prestam.

A CNT especifica onde há problemas observando área por área, setor por setor. Por exemplo: em relação ao pavimento, a constatação foi que 43,3% da extensão da malha rodoviária de Pernambuco têm problemas. Já a sinalização é considerada regular, ruim ou péssima em 85,6% da malha rodoviária do estado. Por exemplo: 14,6% da extensão está sem faixa central e 31,2% não têm faixas laterais. E rodovia sem sinalização mata, como sabemos.

O traçado das vias das estradas de Pernambuco é uma tragédia: 67,4% delas apresentam algum tipo de problema. As pistas simples predominam em 84%. Falta acostamento em 33,6% dos trechos avaliados e 86,1% dos locais com curvas perigosas não têm sinalização. Repetindo: 86,1% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização. Por fim, a pesquisa identificou 50 pontos críticos no estado (sendo 42 trechos com buracos maiores do que um pneu).  

O custo operacional a mais do transporte provocado pelas condições do pavimento no estado chega aos 26,1% – e isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos, obviamente. A CNT estima que os investimentos necessários para recuperar as rodovias em Pernambuco, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, são de R$ 1,6 bilhão. 

E os efeitos diretos no meio ambiente? Este ano, segundo a CNT, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 23,3 milhões de litros de diesel devido à má qualidade das pistas do estado. Esse desperdício custará R$ 102,5 milhões aos transportadores, sendo empresas ou avulsos.

A região Nordeste teve analisados 29.220 km – o que representa 26,8% do total pesquisado no Brasil. Estado geral? Exatos 64,1% da malha rodoviária pavimentada é regular, ruim ou péssima. A sinalização é fraca em 66% da extensão. A geometria da via (traçado) é fraca em 62,4% do trecho percorrido. A pesquisa identificou 843 pontos críticos na região. Os investimentos necessários para recuperar as rodovias no Nordeste passam dos R$ 15,2 bilhões.

Alagoas – A CNT mostra que Alagoas está bem melhor do que Pernambuco. Foram analisados 840km por lá, sendo que o estado geral mostra 27% da malha rodoviária com problema, sendo consideradas regulares, ruins ou péssimas, e 73% da malha são ótimas ou boas.

Sergipe – Foram verificados 653km em Sergipe: 74,3% têm problema (regulares, ruins ou péssimos). 

Bahia – O estado geral da malha baiana é ruim, com 61,2% defeituosa. O traçado das vias que cortam a Bahia também até para se ‘admirar’: as pistas simples predominam em 95,6% dos quilômetros avaliados. Falta acostamento em 38,4% dos trechos.
 
Rio Grande do Norte – Foram analisados 1.879 km. E 67,1% das rodovias têm problema (regulares, ruins ou péssimas). A qualidade do asfalto recebe essas qualificações em 63,6% da extensão rodoviária.

Ceará – Foram analisados 3.590km, com 68,5% regulares, ruins ou péssimos. De cada 10  quilômetros rodados, os cearenses fazem 9 por pistas simples. 

Piauí – Dos 3.446km verificados, 50,3% são problemáticos – mas é um bom índice comparando-se com Pernambuco, por exemplo.

Saiba mais – A pesquisa CNT de Rodovias  avaliou 109 mil  quilômetros no país, mostrando problemas em mais da metade (61,8%) da extensão pesquisada. Para piorar, 2021 foi o ano em que o país registrou o mais baixo investimento do governo federal em infraestrutura de transportes nas últimas duas décadas. “Os resultados mostram um cenário de preocupante queda da qualidade das rodovias brasileiras”, diz o presidente da CNT, Vander Costa. A avaliação dessas rodovias leva em conta, respectivamente, variáveis como condições do pavimento, placas e alguns elementos como as curvas.

Todas as cinco regiões do Brasil foram percorridas, durante 30 dias, por 21 equipes de pesquisadores. O resultado entra na maior série histórica de informações rodoviárias do país coletada pela CNT desde 1995. Na comparação com a edição anterior, chama a atenção o percentual de trechos sob gestão pública. O estado geral ótimo e bom caiu de 32,5%, em 2019, para 28,2%, em 2021. O mesmo ocorre na classificação negativa: a extensão avaliada como regular, ruim e péssimo aumentou de 67,5%, em 2019, para 71,8% em 2021. Em suma, são mais 2.773 km de rodovias que estão em condições insatisfatórias de circulação.

Na prática, é como se o motorista percorresse seis vezes, nessas más condições, o trecho do Rio de Janeiro a São Paulo. A condição de sinalização é outro agravante. Nesse quesito, os problemas nas rodovias públicas aumentaram 12,1 pontos percentuais nos últimos dois anos e passaram de 56,4% para 68,5%.

Fonte: Coluna De Bugu com a Modernidade – Publicado no blogdomagno


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